Apresentação virtual dia: 08/12/2022
9:00 - 12:00 (GMT- Brasília)
12:00 - 15:00 (GMT- Lisboa)
DESOCULTADO: A LIBERTAÇÃO DE UM CORPO VIADO
Paulo Brazão
Universidade da Madeira
Universidade Federal de Sergipe
Poema, texto do vídeo
Link: https://youtu.be/Ja7g_IUS-KE
1. FICHA TÉCNICA:
Título: DESOCULTADO: A LIBERTAÇÃO DE UM CORPO VIADO
Direção: Paulo Brazão
Musica:
Título: Les années quatre-vingt-dix.mp3
Autor: RÉGIS VICTOR
Fonte: https://freemusicarchive.org/music/Rgis_Victor/marathome/les-annees-quatre-vingt-dix/
Licença: Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0)
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Título: End Credits Music (thought#1).mp3
Autor: lietoofine
Fonte: https://freemusicarchive.org/music/lietoofine/larsen/end-credits-music-thought1/
Licença: Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International (CC BY-NC-SA 4.0)
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
Realizado em Gaula, Madeira, dezembro de 2022
Duração. 2:10 minutos
Publicação: https://youtu.be/Ja7g_IUS-KE
2. APRESENTAÇÃO
Com base numa narrativa poética breve sobre a ocultação e a desocultação da sexualidade e do género, esta comunicação defende o protagonismo dos sujeitos na vivência dos seus corpos. A intersecção da arte nos contextos de ação e de produção de conhecimento constitui um incentivo ao ativismo académico, engajado nos diferentes modos de ser e estar dos sujeitos, motivo pelo qual a reflexão sobre a inclusão social da diversidade na comunidade académica também se torna pertinente. Com a duração de dois minutos, a narrativa é apresentada na forma de video com três linguagens: a escrita, o som e a imagem. A identidade é simbolizada por um olho que se auto-vê, um olho consciência, colocado no canto direito do ecrã e pela expressão do olhar monopolizando todo o espaço videográfico. No lado esquerdo encontram-se as imagens que traduzem o pensamento do sujeito. Coloca-se no poema dois momentos reflexivos subsequentes: no primeiro momento, o cenário de constrangimento. No segundo momento, o cenário de libertação do sujeito face à opressão anterior expressa. O cenário de constrangimento evoca as dinâmicas da repressão e as resistências à diversidade sexual e de género que ainda persistem nos diferentes contextos sociais, inicialmente internalizada no sujeito desta ação. O contexto externo alimenta a tensão interior que condiciona a vida quotidiana ainda opressiva e discriminatória da sociedade portuguesa atual. O medo é um denominador comum, uma marca no processo de aculturação do sujeito. Em oposição, a libertação constitui um avanço ao enfrentamento do medo recorrente do sujeito. O momento de libertação do indivíduo homenageia os 40 anos da descriminalização da homossexualidade em Portugal e ainda os quatro anos decorridos da consagração legal da autodeterminação de género. Faz-se um convite à reflexão sobre as construções, desconstruções e reconstruções do conceito de sexo e género, fundamentais no âmbito dos direitos humanos, numa sociedade democrática.
3. TEXTO POEMA:
DESOCULTADO
É preciso ter medo, disseram-me
medo do desconhecido e do saber desocultado
Medo de viver o corpo viado
É preciso aprisionar a alma
e engomá-la com o paraíso adiado.
É preciso silenciar os corpos dissidentes
Apraz-me a revolta
Luto, torturo o medo
solto o corpo viado,
olho firme com pensamento,
sem medo conhecido, sem medo desconfiado,
sem medo de olhar o medo passado,
e torno aqui e agora o eterno pronunciado,
diluo o medo escuro no brilho de ouro vincado.
REFERÊNCIA:
Brazão, Paulo (2022). Desocultado: a libertação de um corpo viado. Conferência: Conferência Internacional ConQueer 2022. dezembro . http://dx.doi.org/10.13140/RG.2.2.22295.65447